Segunda-feira, 31 de Dezembro de 2012

A propósito do ZTE Blade e do ZTE Libra: Os telefones chineses são bons?

Os telefones chineses são de boa qualidade? Eis uma pergunta que assiduamente me fazem e a resposta nem sempre é fácil de dar. Sobretudo porque hoje em dia (quase) tudo é produzido na China ou lá perto! Até a consagrada Nokia praticamente desistiu de fabricar telefones, para assembler partes com as quais constrói aparelhos que comercializa, a Apple tem fábricas no Sudoeste asiático onde constrói o iPhone e, para ser honesto, entre os aparelhos que já me passaram pelas mãos, havia de tudo: bons e maus. Num dos textos prometi falar de um telemóvel que ainda hoje me dá prazer trabalhar com ele, cuja base serviu para as três operadoras portuguesas – TMN, Optimus e Vodafone – comercializarem aparelhos com a sua própria marca. Esse terminal é o ZTE Blade ou Libra, um dos smartphones mais versáteis e resistentes que conheci e que me acompanha para todo o lado. Vou cumprir a promessa e, no final do texto, irei explicar como desbloqueá-lo da operadora para fazer um “root” ao sistema. Isso servirá para retirar aplicações inúteis do operador e com isso libertar memória, ou poder instalar outras novas, úteis para gerir melhor este excelente telemóvel fabricado por uma marca chinesa.

Embora não seja o meu aparelho principal, continua a ser um dos meus favoritos. Raramente falha ou bloqueia e, quando isso acontece, é quase sempre por um problema de sobrecarga da RAM, um dos seus grandes defeitos. Mas surgiu, em 2010, a que dispunha era de um valor aceitável e, ainda hoje, há muitos com a mesma capacidade: 512 de RAM e 512 de ROM, mas apenas 150 para as aplicações, o que obriga a gerir muito bem o que se instala e a tentar passar as que são possíveis para o cartão de memória.
Além de o utilizar nas funções básicas de um telefone, claro está, com ele vou à internet, consulto o email, envio mensagens (sms, facebook ou Messenger) ou sirvo-me dele para alguns jogos. Mas como não sou muito dado a jogos, por isso tenho apenas alguns simples, pouco exigentes em memória e gráficos. 
A grande vantagem deste meu telemóvel é poder ser utilizá-lo com cartões de operadoras diferentes, consoante o País que visito ou quando me é conveniente utilizar outro número. Embora estivesse bloqueado a uma operadora quando chegou às minhas mãos, desbloqueá-lo foi uma brincadeira de criança.
No final deste texto explico como fazê-lo e como retirar ou passar alguns programas para o cartão de memória. Mas essa tarefa será à vossa responsabilidade.
Características principais

Há uns anos, em Portugal, aparelhos como este ou de outra marca chinesa que está a ganhar terreno, a Huawei, foram os primeiros a permitir aos portugueses terem GPS e internet num telemóvel por menos de 100 euros.
O ZTE Blade ou o ZTE Libra dispõem de um ecrã táctil TFT, de 3,5'' com 256 mil cores e uma resolução de 480x800 px.
Apesar das semelhanças entre estes dois aparelhos existem pequenas diferenças que dão a vantagem ao Libra, como o facto de ser quadriband e, nalguns casos (TMN Sapo A5) ter câmara de 5 Mpx em vez de 3,2 Mpx. Mas os 5 Mpx são obtidos por interpolação.
Exteriormente são muito parecidos e podem ser confundidos, se bem que, na parte inferior, os comandos sejam diferentes. Do mesmo modo podem dispor de baterias de 1250 mAh, se bem que certas versões do Libra possam dispor de uma com 1500 mAh, com uma maior autonomia, quer em conversação, quer em stand-by.
Conteúdo e primeiras impressões

ZTE Blade
Apesar de parecer plástico a mais, a qualidade da capa não é má. Salvo os riscos, o meu tem-se mantido intacto com algumas quedas no seu percurso. Mantenho apenas o ecrã protegido dos riscos e, depois de muitas experiências, acabei por optar pela mais económica: recortar uma película aderente, daquelas que se vendem ao metro…
Foi com este aparelho que me iniciei no sistema Android e muito depressa fiquei fã. Vinha instalado de origem a versão 2.1, mas rapidamente o actualizei para o 2.2 Froyo, bastante mais estável, fluido e com muitas mais aplicações disponíveis.
Para quem não conhece, o Google Play (“loja” das aplicações para Android) é como uma casa cheia de “brinquedos” em que muitos deles são grátis. Com a vantagem de quando não gostamos ou já nos fartámos podermos deitar fora e ir buscar outro novo…
O ecrã táctil funciona bem, tem a sensibilidade correcta e é preciso ao toque. Apesar da película, o meu continua a comportar-se bem. Apenas me desgraça quando estou a enviar mensagens e não reparo nas palavras que o dicionário Android me sugere….
Por causa disso já enviei mensagens bem estranhas!
Criar MMS, mensagens multimédia com imagens ou pequenos vídeos também é uma tarefa bastante simples, já que a partir das imagens, obtidas pela câmara fotográfica ou que estão na galeria, surgem logo as opções de partilha destes conteúdos através do Bluetooth, email (sobretudo gmail), pelo Picasa (partilha de imagens na internet), messenger do facebook ou outras aplicações que estejam instaladas no telefone.
Mas como não há câmara frontal, está vedada a possibilidade de efectuar chamadas vídeo.
Qualidade e funcionalidades da câmara

A maior é a imagem real. Em tamanho mais pequeno,
o resultado após alguns ajustes rápidos de nitidez e cor
Utilizar um telemóvel como câmara fotográfica portátil não é uma utopia nalguns casos (em certos aparelhos, a definição já é de várias dezenas de megapixeís!), nomeadamente quando dispõem de lentes de marcas consagradas e sensores realmente bons.
Infelizmente, este não é o caso. Sem flash, está limitado ao exterior e, mesmo assim, com boas condições de luz. A qualidade da imagem deixa a desejar, falta brilho, falta fidelidade de cor, falta enfim a definição e a qualidade que telemóveis da Samsung ou da Sony Ericsson, por exemplo, conseguem proporcionar.
É possível afinar o brilho, a nitidez, o equilíbrio de brancos, o contraste, a sensibilidade e até o modo de focagem e, para o preço, até que não é mau de todo. Vejam os exemplos. O mesmo acontece quando filma, embora quando se passa para um ecrã maior, como o do computador, se perca qualquer esperança de um boa filmagem.
Ou seja, para os momentos imprevistos cumpre a sua função e ainda reduz, compacta e envia, via MMS ou email, com mensagem de texto a acompanhar ou permite a rápida partilha através das redes sociais.
A colocação da objectiva numa das extremidades também obriga a ter atenção ao posicionamento dos dedos, até porque o botão de "disparo" situa-se no próprio ecrã. A incidência de luz sobre o ecrã e os reflexos que provoca podem também dificultar a visualização quando se está a fotografar.

Integração com o computador e princípios básicos

O programa de integração deste ZTE com o computador dá pelo nome de "JoinMe" e pode ser facilmente obtido pela internet. Em todo o caso é possível partilhar ficheiros entre o computador e o telemóvel, utilizando-o como se se tratasse de uma “pen drive”. Basta activar a função quando se liga o telemóvel ao computador através do cabo próprio.
O programa "JoinMe" é bastante simples e permite as funções básicas de gestão de contactos (incluindo com o Outlook), agenda (do Google, se o email estiver aberto), gestão de mensagens (incluindo escrever e enviar novos SMS pelo computador), seleccionar e converter músicas para toques, editar e partilhar imagens e vídeos ou aceder ao registo das chamadas.
Algumas destas funcionalidades são também possíveis através da internet. O sistema operativo Android integra e funciona muito bem com quase todas as aplicações disponibilizadas pelo Google: pesquisa de páginas, caixa de correio electrónico, chat (Google Talk), agenda, partilha e associação de contactos (telefónicos e restantes endereços).
Também outras como o YouTube e principalmente o Google Maps. Esta é uma das grandes vantagens que encontro no sistema Android: sempre que troco de aparelho basta entrar com o novo na minha conta pessoal para automaticamente sincronizar todos os meus contactos. Além disso, quando quero actualizar algum, posso fazê-lo através do computador (com o teclado do PC sou naturalmente mais rápido a fazê-lo do que através do teclado do telemóvel) e, passados uns segundos, tenho todos os telemóveis actualizados!
Realmente o Android é um mundo de aplicações que começa a superar a popularidade do sistema operativo do iPhone. Todos os dias surgem novas funcionalidades, algumas das quais sem qualquer interesse aparente. Convém alertar para o facto de algumas poderem interferir com o bom funcionamento do telemóvel, além de que, quanto maior for a quantidade de aplicações a correrem, mais lento se tornará a fluidez do sistema. E aí nada mais há a fazer do que desinstalá-las.
Para ter o acesso a qualquer das funcionalidades anteriores é imperativo possuir uma conta Google que vai permitir aceder ao Google Play e puxar novos jogos ou aplicações.
Uma vez que essa conta irá ficar sempre exposta, o que poderá ser embaraçoso no caso de perda ou furto do telemóvel, no caso disso acontecer uma das alternativas é alterar a password de acesso ao Google. Se bem que alguns dados anteriores permaneçam na memória do telefone permaneçam disponíveis.

Navegação internet

ZTE Libra
Só tem sentido possuir um aparelho como este - e em geral qualquer smartphone - desde que se disponha de uma ligação permanente à internet.
A velocidade de navegação não desilude de todo mas é naturalmente muito mais rápida sobre rede 3G ou em modo Wi-Fi. Caso contrário pode causar sonolência ou simplesmente recusar-se a "abrir" a página. No ambiente de trabalho personalizável é possível incluir uma barra de pesquisa do Google. Além de bastante útil, com o Android 2.2 Froyo instalado, ela permite até fazer essa pesquisa através de voz.
Para além do natural constrangimento do tamanho do ecrã, a navegação não levanta qualquer problema. Nas definições é possível recorrer a funcionalidades básicas de zoom (incluindo tamanho do texto), ajustamentos do tamanho das páginas ao ecrã, eliminação dos dados de navegação com limpeza da cache, histórico, dados de formulário ou passwords e até o bloqueio de pop-ups.
Outra faculdade bastante útil é o aumento (ou redução) do tamanho da página que se está a visualizar (zoom), que pode ser feito directamente sobre o ecrã, afastando ou aproximando dois dedos (geralmente o polegar e o indicador).
Para facilitar a pesquisa poderá permitir-se que alguns sites tenham acesso à localização do aparelho.
O ecrã roda automaticamente conforme a posição do aparelho.

Wi-Fi, Bluetooth e GPS

ZTE Libra
A funcionalidade mais importante no que respeita à primeira destas funções diz respeito à possibilidade de introduzir, manualmente, os dados de redes ocultas através da função "adicionar rede wi-fi".
Uma barra que pode ser deslocada para o "ambiente de trabalho" do telemóvel ajuda a gerir qualquer das três funcionalidades referidas no subtítulo, facilitando muito a tarefa de as activar ou desactivar.
O mesmo acontece com o controlo do brilho do ecrã.
O bluetooth sempre funcionou com êxito com vários tipos de aparelhos: auriculares ou sistemas de som de automóveis. Quanto ao GPS e ao sistema de navegação sirvo-me apenas deles em último caso. Não é muito prático com o Google Maps e o GPS demora a encontrar o sinal do satélite. Cumpre os serviços mínimos mas serve para uma utilização nem muito exigente, nem muito precisa. Acaba por ter alguma utilidade quando nos encontramos numa cidade que desconhecemos.

O que é útil ter. E como desbloqueá-lo e fazer “root”

Não vale a pena maçar mais com as múltiplas funcionalidades do aparelho. Vou apenas explicar como é possível desbloqueá-lo facilmente de qualquer operador, com recurso a um pequeno programa gratuito.
Para evitar qualquer problema futuro com o mau funcionamento ou má utilização daquilo que a partir de agora explico, todas as alterações correm por vossa conta e risco. Sem qualquer responsabilidade da minha parte.
O programa para desbloqueio do operador que poderão encontrar facilmente através do Google chama-se “blade unlock”. Ele fornece não só o código de desbloqueio, como permite voltar à situação inicial de bloqueio. Isto é útil caso do aparelho venha a apresentar algum problema dentro do prazo de garantia e seja necessário voltar a quem o vendeu.
Para correr alguns programas úteis, há que fazer também o “root” do sistema para podermos fazer alterações no sistema Android.
Para tal eu utilizo o “Z4root”, uma pequena aplicação que possibilita um “root temporário”, um “root permanente” ou inverter todo o processo.
Só depois disto feito é que instalei uma excelente aplicação – “Titanium backup” - que me ajudou a desinstalar uma série de “tralha” (aplicações) que vinham com o aparelho e que não me serviam para nada.
Às vezes, por sobrecarga de aplicações, o terminal precisa de um “reset” e há que instalar tudo de novo. Para evitar isso, utilizo outra aplicação - “Android Assistant” - que faz a limpeza da cache de muitas aplicações, gere a memória disponível e permite passar facilmente alguns programas para o cartão de memória do aparelho. Além de muitas outras funções.
Basicamente é isto. Qualquer dúvida perguntem através da caixa de comentários ou do facebook.
publicado por cockpitautomovel às 17:13
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Quem Sou/O Que Faço

Há muitos anos que sou colaborador de uma grande empresa mundial de comunicações e que acompanho o lançamento de novos produtos ou a evolução das tecnologias da comunicação móvel. Comecei a escrever  para algumas publicações e agora decidi dar-vos o meu testemunho pessoal sobre a matéria. Espero que também participem dando as vossas opiniões e testemunhos sobre este tema.

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